Exercícios sobre a mitificação da monarquia

Com o objetivo de criar uma áurea divina sobre os soberanos, a mitificação da monarquia serviu como instrumento de legitimação do poder régio. Publicado por: Tales dos Santos Pinto
Questão 1
  1. (PUC-SP) "O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor..."

(Jacques Bossuet)

Essas afirmações de Bossuet referem-se ao contexto

  1. do século XII, na França, no qual ocorria uma profunda ruptura entre Igreja e Estado pelo fato de o Papa almejar o exercício do poder monárquico por ser representante de Deus.
  2. do século X, na Inglaterra, no qual a Igreja Católica atuava em total acordo com a nobreza feudal.
  3. do século XVIII, na Inglaterra, no qual foi desenvolvida a concepção iluminista de governo, como está exposta.
  4. do século XVII, na França, no qual se consolidavam as monarquias nacionais.
  5. do século XVI, na Espanha, no momento da união dos tronos de Aragão e Castela.
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Letra D. As normatizações jurídicas do século XVII pretendiam criar a legitimidade da atuação das coroas e também estruturar na instituição estatal esse novo poder, sendo que a recorrência ao caráter divino da monarquia servia para solidificar essa tentativa.

Questão 2
  1. (Faap) Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis, pois que "os fins justificam os meios." Professou suas ideias na famosa obra:

 

  1. Leviatã
  2. Do Direito da Paz e da Guerra
  3. República
  4. O Príncipe
  5. Política Segundo as Sagradas Escrituras
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Letra D. A obra principal de Maquiavel é “O Príncipe”, dedicada a Lorenzo de Médici. 

Questão 3
  1. Aponte a alternativa incorreta sobre o processo de mitificação dos monarcas europeus da Idade Moderna:
  1. Mais do que um indivíduo ocupando um cargo político, o rei era visto como um instrumento dotado de virtudes irrevogáveis como justiça, ordem, prosperidade, vitória e força.
  2. A dimensão sagrada dos monarcas foi construída durante os séculos da Idade Moderna e trazia consigo os resquícios de diversos valores do mundo medieval.
  3. O rei coberto em suas vestes repletas de detalhes e cores distinguia-se de seus súditos por meio de sua aparência, utilizando adornos revestidos em ouro e carregando relíquias sagradas em suas mãos.
  4. A benção clerical durante uma coroação, mais do que provar qualquer tipo de acordo ou subordinação entre Estado e Igreja, indicava a consumação de um evento mágico onde o povo via um novo predestinado ocupando um lugar de caráter sagrado.
  5. A partir do século XVIII, mesmo com a explosão do racionalismo iluminista, não houve a construção de uma argumentação contrária à veneração dedicada ao rei, mantendo, dessa forma, inconteste o seu poder.
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Letra E. Os ideais do racionalismo iluminista passaram a questionar profundamente o poder régio, tendo como uma de suas principais consequências a Revolução Francesa de 1789.

Questão 4
  1. Leia o texto abaixo.

"Por enquanto, ainda el-rei está a preparar-se para a noite. Despiram-no os camaristas, vestiram-no com o trajo da função e do estilo, passadas as roupas de mão em mão tão reverentemente como relíquias santas, e isto se passa na presença de outros criados e pagens, este que abre o gavetão, aquele que afasta a cortina, um que levanta a luz, outro que lhe modera o brilho, dois que não se movem, dois que imitam estes, mais uns tantos que não se sabe o que fazem nem porque estão. Enfim, de tanto se esforçarem todos ficou preparado el-rei, um dos fidalgos retifica a prega final, outro ajusta o cabeção bordado."

(SARAMAGO, José. Memorial do convento.)

Nesse texto, Saramago descreve o cotidiano na corte no período de consolidação do Estado Moderno. Todas as alternativas referem-se ao Absolutismo Monárquico, exceto:

  1. As solenidades das ações cotidianas faziam parte dos rituais que garantiam a exibição alegórica do poder régio.
  2. A nobreza da Idade Moderna era totalmente distinta da nobreza feudal, não mais transferindo seus títulos e posses de forma hereditária, mas sim exclusivamente através de sua compra.
  3. A necessidade da pompa e dos cuidados tidos como necessários no cotidiano dos monarcas levava a formação de uma camada de funcionários muitas vezes inútil e que era extremamente dispendiosa financeiramente.
  4. A vestimenta dos reis era uma das formas de distinção em relação aos súditos, utilizadas para criar a área mística de superioridade dos monarcas.
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Letra B. A nobreza da Idade Moderna era uma continuidade da nobreza feudal, mesmo que tenha ocorrido algumas pequenas diferenças entre os períodos, permanecendo o caráter hereditário dos títulos e da posse das terras.